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(Continua cena anterior: falando com certa amargura para
despistar o que realmente passa por sua cabeça)
Isaque --(Carinhoso e preocupado com seu pai)
- Sente se aqui meu pai, o senhor precisa descansar, eu ainda não entendi,
porque o senhor mandou que os dois criados, ficassem lá em baixo no pé da
montanha, o senhor não precisava cansar tanto se tivesse trazido tudo no lombo
do jumento.
Abraão -- Na hora certa você vai entender
tudo, meu filho, mas agora enquanto eu preparo o altar para o sacrifício, você
vai catar uns gravetos para colocarmos fogo na lenha do altar.
(Isaque sai, enquanto isso Abraão termina de
fazer o altar, utilizando pedras e alguns pedaços de pau roliço, para dar forma
ao altar, depois de tudo pronto se assenta e ora ao Senhor)
Hó… Meu pai, aqui estou com o coração
sangrando a minha dor não tem tamanho, sei que vai ser muito difícil, mas vou
fazer tudo que o Senhor me ordenou.
A minha fraqueza me faz tão pequeno diante de
ti, e eu não sei o que falo, mas o Senhor sabe o que faz, e eu só tenho que
obedecer, perdoa a minha fraqueza!...
(É interrompido com a chegada de Isaque)
Isaque -- Meu pai consegui, gravetos
sequinhos, vai pegar fogo, fácil, fácil; mas meu pai o que está acontecendo? O
senhor está esquisito!… O senhor está passando mal? O que o senhor quer que eu
faça para ajudá-lo? Vou descer lá no pé da montanha e pedir ajuda aos rapazes
que o Senhor não quis que subissem talvez eles possam ajudar em alguma coisa.
Abraão -- Não, meu filho, não, não se
preocupe comigo: comigo não está acontecendo nada, eu estou bem. (virando o
rosto para não encarar Isaque)... É que...
Isaque
-- Meu pai que tipo de sacrifício é este? O altar já está pronto, a
lenha os gravetos já estão todos no lugar, mas onde está o cordeiro para o
sacrifício?
Abraão -- Deus proverá o cordeiro para o
sacrifício meu filho, Deus proverá.
Isaque -- (Facilitando as coisas para Abraão)
Meu pai já estou entendendo tudo, o senhor
não quer falar, mas já entendi que o cordeiro sou eu, e se Deus quis assim
cumpra em mim a sua vontade;
(Estende as mãos para que Abraão - o amarre)
Abraão – O meu coração, está sangrando meu
filho, mas eu preciso cumprir o que Ele ordenou
(Tremendo de emoção, termina de amarrar e
coloca-o sobre a lenha, venda-lhe os olhos, tira o cutelo e levanta-o até a
altura para desferir o golpe fatal, quando de repente, o anjo do Senhor
interfere)
Anjo do Senhor -- Não Abraão, não faça nenhum
mal a sua criança, agora sei que temes a seu Senhor Deus, não me negaste teu
único filho.
Abraão
-- (Com voz trêmula)
Hó… Meu Senhor tu me mandaste o carneiro para
o sacrifício, glorificado seja o teu nome; é como sempre digo o Senhor sempre
sabe o que faz.
(Olha para o lado e vê o cordeiro amarrado,
rapidamente tira Isaque do altar, e desamarra o).
Te louvo hó meu Deus porque sei que não
desamparas os que confiam em ti
(Abraça forte Isaque com muita emoção) Vamos
meu filho, vamos para casa; vou dar uma grande festa, este dia nunca sairá de
minha memória.
Isaque
-- Mas, meu pai e o sacrifício?
Abraão -- Sim meu filho, vamos primeiro
cumprir com o que o nosso pai nos mandou, depois desceremos a encontrar com os
outros rapazes, não vejo à hora de estar em casa e esquecer o quanto antes este
episódio, pois só quem é pai sabe o quanto sofri por tudo isto. FIM... -------- EJO --------- Continua
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