Tuesday, July 15, 2014

A GRANDE PROMESSA -- HISTÓRIA DE ABRAÃO EM 26 CAPÍTULOS

CAPÍTULO --  o2

Cenas no pátio do palácio

Rei – (assentado em seu trono, colocado no topo da escadaria) -- Está aberto à audiência (todos se dobram em reverência ao rei, menos Abrão, e o rei o olha indignado). O Sr. Naor pode expor seus objetivos.

Naor -- Eu Naor, falarei por meu pai!…(pausa)... Ele não estava em condições de viajar, mas me encarregou a falar por ele: a generosidade do rei é conhecida no mundo todo; temos prosperado aqui graças a sua grande benevolência; e tem a nossa eterna gratidão:

Príncipe -- Conversa fiada, não nos interessa, seja mais objetivo o que tens para oferecer neste novo ano?

Naor -- (Desconcertado) Bem!... Neste novo ano vamos trazer a mesma quantidade de gado e ovelhas que trouxemos ano passado; ouro, prata, tudo o que conseguirmos.

Rei -- Nós agradecemos sua oferta!… Mas, meu velho, ainda é pouco… quero o dobro de tudo quanto nos foi pago ano passado, a população está aumentando e é justo aumentar os impostos para aplicar em melhorias para nossa comunidade.

Naor -- O dobro Majestade?… isto está fora de nossas forças, e o que daremos para os nossos filhos? Já estamos achando difícil do jeito que está quanto mais aumentar mais ainda.

Rei -- Isto é problema familiar e em problemas de família eu não me meto, (desdenhando) isto são vocês que terão de resolver: se não conseguir pagar-me esta proposta, vossa tribo deverá deixar nossas terras.

Abrão -- Porque abusa tanto de nós, nesta situação?… No passado, já nos odiavas, gostava de tripudiar em cima de nossas necessidades, cavamos nossos poços e fomos pisoteados, fazendo com que pagássemos, pela água que bebíamos tirada dos nossos próprios poços; deu-nos suas piores terras, e depois por causa do esterco do gado; tirou-nos de lá, assim seus homens poderiam tirar proveito da terra estercada, pediu que nos entregássemos seus inimigos, e nós os colocamos a seus pés.

Rei -- (irônico) Então, foram vocês que… Fizeram tudo isto? Coisa nenhuma, foram os meus deuses que colocou meus inimigos a meus pés.

Abrão -- Ora… Ora, pois sim!… Os seus deuses não respondem nem por eles mesmos, eu nunca vi um monte de barro ou um pedaço de pau fazer alguma coisa para alguém!... É muita heresia!.

Rei --(com ironia) Como ousa falar assim dos meus deuses, eu exijo respeito por eles, você pode pagar caro por sua ousadia, em nome de quem você faz esta afronta?

Abrão -- Eu falo em nome do Deus Vivo o Altíssimo, o Deus verdadeiro.

Rei -- Você veio de Ur, uma pequena tribo, e quer me chamar a atenção; pois eu vejo vocês, e só me faz lembrar da praga de piolhos sobre nossas cabeças, que serão esmagados um por um; portanto se quiserem ficar aqui, terão que pagar o dobro, e chega de conversa.

Abrão -- Naor, quando te falou que a nossa tribo cresceu, graças a sua generosidade; então fico pensando, onde está a sua generosidade?
Nossa tribo cresceu, por causa de nossas crianças, nossas mulheres são férteis e o nosso Deus, que é o Deus verdadeiro, tem nos abençoado, multiplicado e compensado todo nosso esforço.

2º príncipe – É!… Eu soube que sua mulher, é muito virtuosa e muito bonita, e muito…

Abrão -- Alto lá!.. Você por ser príncipe do rei, devia se dar o respeito; e eu vou lhe ensinar como respeitar as mulheres dos outros.

Naor -- (Segurando-o pelo braço) Não Abrão, acalme-se, não vou deixar você cair na armadilha das provocações, será que você não vê, que é isto mesmo o que eles querem, vamos jogar como eles desejam, depois veremos como agir,
(Vira para o Rei e diz) vossa alteza tem toda razão, teremos o maior prazer em atender suas solicitações.

Rei -- Então vamos acertar tudo, para que no futuro não venham dizer que foram enganados.

Abrão -- (Ainda revoltado) Como se adiantasse algum acerto; no final, ele sempre arranja um jeito de nos tripudiar, agente sempre fica no prejuízo, com seu abuso de poder.

Naor -- Abrão procure acalmar-se, vamos para esse tal acerto (Com as mãos nos ombros de Abrão; tentando acalmá-lo, prossegue) depois que pegarmos os comprovantes do acerto, vamos encontrar com nossas mulheres e Ló, eles já devem ter comprado a cidade toda.

Abrão -- É! Eles devem estar se divertindo, enquanto somos massacrados pelo abuso deste imposto absurdo; vamos nos encontrar com eles e terminar-mos de fazer as compras, porque, não vejo a hora de sair desse ar contaminado. ---------- EJO  --------------- Continua



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