Capítulo --
23
Rita -
(Toda animada) Claro, claro, (sai a seu encontro, e volta com o rapaz e faz a
apresentação para todos da família) Este é o rapaz que falei a vocês, é o
Carlos Alberto, conheci-o na Universidade.
Todos -
Muito prazer, seja muito bem vindo em nosso meio (Maria Zilda, com ar de
conquistadora, convida o para se assentar à mesa).
Maria Zilda
– Se assente, por favor, a minha prima me falou que você era um belo rapaz, e
não estava exagerando, (estende a mão para ele) é um prazer conhecê-lo.
Carlos
Alberto - (um tanto desajeitado, pelos elogios)... Encantado, o prazer é todo
meu.
Cada um faz
as honras da casa, e se apresentam.
Antonio
Carlos - Minha irmã, disse que veio das bandas do Mato Grosso.
Carlos
Alberto - Sim, sai de lá pra vir estudar aqui em São Paulo, estou na
universidade me preparando para o seminário, pois pretendo fazer teologia.
Fernando -
Então você tem vocação para o ministério?
Carlos
Alberto - Desde que me converti, não penso em outra coisa, e luto com todas as
forças, para concretizar meu ideal.
Antonio
Carlos - Assim que gosto de ver as pessoas, determinadas, sabendo o que quer e
corre atrás dos seus sonhos.
Mas, me
fale mais de sua família; não sei por que, mas, parece que temos alguma coisa
em comum.
Carlos
Alberto - Sei muito pouco da minha infância, mas, a minha mãe sempre conta que,
o nosso pai não era flor que se cheirava, diz ela que ele era bandido da
pesada.
Encontraram-no
morto no meio da selva, nesta época havia um casal de missionário batista que
trabalhavam na região.
Que nos
deram o maior apoio, naquela época parecia que tudo nos faltava, perdemos tudo
que o nosso pai deixou, pois como ele era complicado não deixou nada em nosso
nome, e tudo que tínhamos foram confiscados.
Mais tarde
a esposa do missionário faleceu com febre malária, passado algum tempo o ele casou
se com minha mãe, que também havia se convertido ao evangelho.
Daí pra
frente nossa vida melhorou muito, e graça a Deus hoje estou me preparando para
assumir o lugar dele como Pastor missionário.
Fernando -
Que história em!...Como se chamava seu pai?
Carlos
Alberto - Meu pai era um homem de muitos nomes, usava vários, para despistar a
policia.
Rita - Mas,
você nunca viu os documentos originais dele?
Carlos
Alberto - Era tão bem feito às falsificações, que todos pareciam originais.
Antonio
Carlos - E a sua mãe ainda mora em Mato Grosso com o seu padrasto, quantos são
em sua família?
Carlos
Alberto - Meus pais, ou seja, meu padrasto e minha mãe hoje já estão bem idosos.
Nós somos
em treis irmãos, o mais novo se envolveu com traficantes em uma favela do Rio
de Janeiro, e acabou morto em combate com a polícia.
O outro
está morando no exterior, parece que está se ecertando por lá, há muito tempo
que não tenho noticias dele.
Antonio
Carlos - Gostaria muito de conhecer sua mãe, acho que toda esta história, vai
ser interessante pra todos nós.
Carlos
Alberto - Como assim, não estou entendo nada!...
Antonio
Carlos - Vejo em você um bom rapaz, e acho que este encontro aqui foi
providencial, pode estar certo que tudo é o começo de uma grande amizade,
apesar de tudo
Carlos
Alberto - (sem saber o que dizer) Apesar de tudo? Por quê?
(Neste
momento o servente da casa começa a servir a mesa)
Antonio
Carlos - Depois do almoço, agente conversa mais, agora vamos almoçar em paz.
----- EJO --------- Continua
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