Capítulo -- 78
Dias atrás ele estava tão atacado da depressão,
que começou a chutar e quebrar tudo que via pela frente e jurou em se matar.
Dona Joana ouviu ele conversando sozinho, aproveitou o
momento em que ele havia saído pra tomar água, mais que depressa foi onde ele
estava, no tal quarto de hospede, pegou o revolver e retirou todas as balas, saiu
e ficou observando de longe.
Ricardo voltou se assentou na cama e ficou por um
bom tempo cabisbaixo e comprimindo a cabeça com as palmas das mãos.
De
repente se levantou foi até a escrivania, abriu a gaveta, pegou o revolver e
colocou o cano no ouvido, puxou o gatilho, uma vez, duas vezes, e nada, ele
poderia ficar o resto da vida puxando o gatilho sem conseguir o seu intento,
pois não havia nenhuma bala no revólver.
Revoltado, sai furioso e a primeira pessoa que viu
pela frente foi exatamente à mãe Joana que estava de vigia.
Espancou a pobre velha, sem que ela reagisse, mesmo
apanhando dizia pra ele que fez aquilo porque não queria que ele morresse, e
que faria quantas vezes fosse necessária.
Vinicius -- Pelo visto, ele está precisando de apoio
psicológico, gostaria muito de poder falar com ele, quem sabe ele me ouve.
D.Gláucia -- Melhor, não, acho que não é uma boa
você tentar qualquer conversa com ele, ele está muito ignorante e trata mal as
pessoas que querem o seu bem.
Pastor -- Mas, a mim ele vai ter que ouvir, vamos lá
ao casarão falar com ele.
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Chegando lá!...
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D.Gláucia -- Entrem por favor e se acomodem, vou
preparar alguma coisa pra matar o calor que está demais.
Raquel -- (Ao perceber a movimentação) Que bom que
vocês vieram, já estava até pensando que vocês já haviam se esquecido da gente!...
Pastor
-- Estou vindo do hospital minha filha, todos os meus amigos me visitaram, e
senti a falta de vocês; o que está acontecendo, será que já não estou mais
merecendo a atenção de vocês?
Raquel -- Pastor, temos um apreço todo especial pelo senhor, acontece que as coisas aqui em casa não têm sido muito favoráveis, o Ricardo...
Pastor -- (Antes de qualquer desabafo, interrompe a
fala de Raquel) Sim!.. Onde ele está? Viemos aqui para visitar vocês dois,
preciso vê-lo.
Raquel -- Vocês aguardem um momento que vou tentar
convencê-lo a vir receber vocês.
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Passado alguns instantes, Raquel volta com ele todo
mal arrumado, os olhos mais pareciam brasas vivas, dava se a imprenção de um
verdadeiro maltrapilho possuído pelo espírito do mal, com uma aparência horrível causado por efeitos das
drogas, e o pastor sai a seu encontro.
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Pastor -- Ô meu filho há quanto tempo, antes de eu
ir para o hospital vocês pareciam tão felizes, o que tem atrapalhado a vida de
vocês?
Ricardo -- (Com vergonha e atormentado) Não sei
pastor, de uma hora pra outra me senti inseguro, as coisas pra mim parecem
muito difíceis, nada dá certo pra mim, durante toda minha vida aprendi a viver
com fartura, nunca me preocupei com preço de nada, pois tudo vinha em minhas
mãos sem o menor esforço, sem me preocupar de onde vinha.
Mãe Joana -- Já estou cansada de falar com ele que
na vida agente não tem só o que queremos, muitas vezes temos de encarar
problemas que parecem sem soluções, mas não podemos nos desanimar.
Pastor -- O que seria de nossas vidas, se não
houvesse barreiras ou obstáculos para serem superados; uma vida sem desafios é
uma vida vazia e morta.
Ricardo -- Pois é assim que estou me sentindo, um
morto vivo.
Pastor -- Não diga isso, a nossa vida tem muito
valor, e Deus exige que façamos a nossa parte, cada um de nós temos de dar
conta de nossos atos.
------ EJO ----- Continua
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