Capítulo --
06
Coronel -
Eu acho que consegui acertar uns três, ali naquela moita vi movimento e atirei
pelo menos um deve estar caído ali, vamos até lá.
(chegando
lá, constataram muito sangue e mais a frente tinha um cachorro morto, só que o
Coronel sabia muito bem em quem estava atirando.)
(Mas todos
viram o empenho dele em acertar os bandidos, pelo menos foi o que ele deixou
transparecer)
Empregado
da casa - Eu quase derrubei um, ou alias, garanto que ele saiu machucado, tenho
certeza que o acertei, amanhã de manhã vamos seguir as pegadas de sangue, quem
sabe agente consegue botar as mãos nestes malditos.
*E o
coronel sempre presente, pra não levantar suspeita, o dia amanheceu e eles
foram seguindo o rasto de sangue até chegar a um riacho.
Onde se
lavaram e socorreram o ferido, tendo o cuidado para não deixar mais rastos que
pudessem incriminá-los e cada um sai em direção diferente para despistar a
busca.*
Coronel -
Senhor Zeca, será que não seria incomodo para o senhor me emprestar um cavalo,
logo que chegar lá eu mando um de meus empregados, trazê-lo de volta.
Senhor Zeca
- Sim perfeitamente, eu agradeço muito a sua boa vontade em ajudar a capturar
os bandidos, mas em fim o que adianta isto agora. (e ordena que seu empregado a
pegar o cavalo para o Coronel, que teve pressa em sair dali)
Agora que
já é dia, vamos ver o que sobrou pelo que estou vendo não sobrou nada.
Pois se
sobrou alguma coisa está misturada nas cinzas, eu não sei o que será de mim
agora!... Toda nossa economia o fogo levou.
D.Gertrude
– Ô izé, num fica assim não, mais tem Deus, pra dá do que o diabo pra tumá,
nóis arruma outro jeito pra pagá essa mardita conta.
Zeca - Mas,
que jeito? Agora não tenho como manter o Zequinha na capital, vai ser a
primeira coisa que tenho que fazer, é ir à cidade bem cedo e telegrafar pra ele
vir embora, e não gastar nem um centavo atoa.
Pois não
vou ter dinheiro nem pra pagar a passagem de trem pra ele chegar até aqui,
(melancólico) tão cedo vou poder mandá-lo de volta pros estudos, é triste, mas,
temos que conformar com a situação.
(Não sabia
ele que Zequinha já não precisava mais do dinheiro dele há muito tempo, mas,
nunca contou pra eles como vivia e nem o que fazia, por medida de segurança, e
depositava todo dinheiro que seu pai lhe mandava, pois sabia que um dia iria
precisar dele para alguma emergência)...
Mediante o que aconteceu, o senhor Zeca, caiu
em uma profunda depressão e só queria ficar pelos cantos sem conversar com
ninguém e sem fazer nada e nem se alimentava direito, era uma tristeza que dava
pena.
Os dias
passaram, e Zequinha chega da capital, o dinheiro que trouxe, mal deu pra
comprar a passagem e comer um lanche barato. (é o que ele alegou pra sua mãe,
pois não podia dar bandeira, e teria que se passar por pobre)
Mas, em fim
chega em casa, todos correm a abraçá-lo.
D.Gertrude
- Cuma ele ta tão buniiiito sô!... Nem parece que é nosso fio, Zeca venha
abraçá nosso fio, ocê num tava cum sardade dele?
Senhor Zeca
tão desanimado que mal levanta a cabeça, e dá um sorriso sem graça pelos cantos
dos lábios e torna-se para o seu canto.
Zequinha -
O que está acontecendo com ele mãe, porque ele está assim?
D.Gertrude
- Desde aquele dia, que mandou que ocê vinhesse, ele tá assim, dá inté pena!...
Zequinha -
Mas, afinal o que aconteceu? (Bem que ele sabia de tudo o que estava
acontecendo, só não podia falar nada pra não atrapalhar nas investigações, e
com isto deixavam todos em suspense)
D.Gertrude
- É que chegou uns home aqui no arraiá, dizendo que é arturidade, e levaram o
Izé pra delegacia, e adispois disto, que esses home vieram aqui, nóis nunca
mais tivemo páis.
Zequinha -
Vou descansar um pouco tomar um bom banho, depois eu vou até ao povoado, pra
mim saber direitinho o que está acontecendo.
D.Gertrude
- Deixe isto pra aminhã, eu num quero vê ocê se metendo com este pessoá, eles
são muito mal encarados, e num sai nada que preste da boca destes infilizes,
que mais parece bandido do que sordado.
Zequinha -
Está bem mãe, depois agente conversa. (sai)
Zequinha
fica um bom tempo descansando, e pensando em que atitude tomar.
------- EJO ------- Continua
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